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Previsões melhoram
A melhora do mercado de trabalho acendeu um sinal verde para as previsões dos economistas. Ainda que incipiente, o aumento do número de trabalhadores informais sinaliza uma elevação na demanda das famílias. Esse é um indicador muito importante para os cálculos de projeção do Produto Interno Bruto (PIB), uma vez que os gastos dos consumidores respondem por cerca de 60% do consumo. É o que avalia o economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo.
O entendimento dele é que, se as empresas estão contratando trabalhadores, ainda que sem carteira, denota que elas estão procurando ajustar o número de mão de obra à demanda das famílias. A leitura de Camargo é a mesma em relação aos trabalhadores por conta própria. "Trabalhar por conta própria significa empreender. A pessoa pega o dinheiro, vai à fábrica comprar os
materiais e leva para vender na rua. Ela está investindo o dinheiro dela para ganhar lucro. Se esse grupo está aumentando, é porque a demanda por bens e serviços está subindo", ponderou.
Para Camargo, o contexto de aumento do consumo inevitavelmente terá algum peso para empurrar o PIB em 2017 e 2018. "O PIB pode acabar crescendo 0,7% este ano e até 3% no próximo", avaliou. São projeções que, segundo ele, não podem ser descartadas. Se confirmadas, inclusive, viriam acima da mediana das expectativas do mercado, de 0,39% e 2%, respectivamente.
Renda
O aumento na demanda das famílias depende, no entanto, de uma contínua e sustentável melhora do emprego. Afinal, são fatores que se retroalimentam. Quanto mais empregos existirem na economia, maior será a massa de rendimentos, que é a multiplicação do rendimento médio habitual pela população ocupada. As perspectivas, entretanto, são positivas.
Com a inflação em desaceleração, a massa de rendimento real - ou seja, descontada a alta dos preços - está em crescimento. No trimestre encerrado em julho, a massa alcançou R$ 186,13 bilhões. O valor representou um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. É a maior alta nessa base de comparação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
As previsões são de que a massa de rendimento real continue subindo. Como a inflação deve encerrar o ano abaixo de 4%, e as perspectivas são de que o mercado de trabalho continue melhorando, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) prevê um crescimento médio de 2,3% para 2017. Na média do ano, o rendimento médio real também deve subir. Para esse indicador, a projeção é de um aumento de 2,5%. (RC)
Fonte Correio Braziliense
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