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Comunicação > Notícias Indústria global: baixo dinamismo no 3º trim/23

Carta IEDI
Edição 1246


Sumário


O mais recente relatório trimestral publicado pela UNIDO (United Nations Industrial Development Organization) mostra que a indústria de transformação mundial manteve quadro de estagnação, mas não sem sinais de uma deterioração adicional no 3º trim/23, sob influência dos países desenvolvidos e sem a mesma atenuação proporcionada pela China no trimestre anterior.

Em jul-set/23, a produção manufatureira global registrou variação de +0,1% em relação ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. Com esse resultado, já são quatro trimestres de variações nulas ou quase nulas da produção mundial nessa comparação: +0,2% no 4º trim/22, 0,0% no 1º trim/23 e +0,2% no 2º trim/23.

Em relação ao mesmo período do ano passado, a indústria de transformação mundial apresentou taxa positiva, mas também muito baixa: +0,4%, após crescimento de +2,1% do 2º trim/23. Cabe lembrar que o resultado do trimestre anterior se deveu especialmente à baixa base de comparação na China, como discutido na Carta IEDI n. 1231.
 
Os ramos de maior intensidade tecnológica, notadamente, a indústria automobilística (+7,5% ante o 3º trim/22), de outros equipamentos de transporte (+6,7%) e de equipamentos elétricos (+4,6%), ao se expandirem com mais vigor evitaram um resultado ainda mais modesto do agregado do setor no mundo.

As economias industrializadas de alta renda têm sido o principal freio da produção industrial. Frente ao período imediatamente anterior, a indústria destes países recuou -0,8%, significando desaceleração não desprezível em comparação com o já fraco resultado do 2º trim/23 (+0,1%). Frente ao 3º trim/22, o declínio se intesificou: -2,4%, após quedas de -1,6% (1º trim/23) e -1,5% (2ºtrim/23).

Do ponto de vista regional, a evolução deste grupo de países pode ser verificado nos resultados da Europa e da América do Norte. A produção industrial européia recuou -1,9% entre o 2º e 3º trim/23. Na América do Norte a variação, apesar de também negativa, foi bem menos intensa: -0,1%. Na comparação com 3º trim/22, por sua vez, a indústria da Europa recuou -1,7% e a da América do Norte, -0,8%.

O grupo de países industrializados de renda média, incluindo a China, variou +2,8% frente ao mesmo trimestre de 2022. Quando excluímos a China, entretanto, a produção manufatureira no 3º trim/23 assinalou alta de apenas +1,0% na mesma base de comparação. Frente ao trimestre anterior, o resultado foi de +0,5%, após crescimento de +1,0% no 2º trim/23 para este grupo de países exceto a China.

O recorte regional sugere que a expansão nos países industrializados de renda média mesmo sem considerar a China não se deveu à indústria da América Latina e Caribe, visto que sua produção variou -0,2% ante o 2º trim/23 e -1,4% em relação ao 3º trim/22.

Argentina, cuja produção industrial encolheu -3,0% frente ao 3º trim/22, contribuiu negativamente para ao resultado da região, enquanto  México atenuou o quadro, ao presentar variação de +0,4% na mesma base de comparação.

A indústria de transformação brasileira, por sua vez, não tem ajudado muito. Sua produção, como o IEDI vem enfatizando, tem demonstrado desempenho pífio ao longo de 2023, inclusive no 3º trimestre: +0,1% ante o 2º trim/23 e -0,9% frente ao 3º trim/22, sempre com ajuste sazonal.

Apesar desta trajetória, a indústria brasileira subiu no ranking de 115 países que o IEDI construiu a partir da base de dados trimestrais com ajuste sazonal da UNIDO. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, ficamos na 58ª posição no 3º trim/23, isto é, bem acima da 78ª posição ocupada no 3º trim/22.

Esta melhora do Brasil no ranking, contudo, recebeu importante contribuição da desaceleração industrial global e pelo expressivo aumento da parcela de países no vermelho nos últimos doze meses. No 3º trim/22, 23% dos países da amostra tinham registrado recuo de produção manufatureira, parcela que chegou a 57% no 3º trim/23.

No acumulado de jan-set/23 ante jan-set/22, ocupamos a 64ª posição, com recuo de -1,2%, na série com ajuste sazonal. Ficamos em posição superior a outras economias importantes como Japão (-1,4% em jan-set/23, ficando na 67ª posição), Itália (-2,2%, na 69ª posição) e Coréia do Sul (-7,0%, na 103ª posição). O México ficou em 33º lugar, com crescimento industrial de +1,6%, a Turquia em 19º (+4,6%) e Índia (+5,0%) e China (+4,3%) em 16º e 20º, respectivamente.

A indústria de transformação mundial no 3° trim/2023

Os dados divulgados recentemente pela UNIDO (United Nations Industrial Development Organization) com os dados do terceiro trimestre de 2023 mostram, por mais um trimestre, estagnação na indústria de transformação mundial, desempenho que vem sendo recorrente desde o fim de 2022.
 
De acordo com a análise da UNIDO, o setor tem sido continuamente impactado por diversos desafios, como as medidas restritivas de política monetária para a contenção da inflação, que deprimiram a demanda agregada. Além disso, ainda persistem desdobramentos da pandemia, mesmo que mais localizados, como interrupções na cadeia de abastecimento, falta de mão de obra qualificada. O conflito na Ucrânia e desastres naturais frequentes também estão afetando negativamente a economia global.
 
No 3° trim/23, a produção da indústria de transformação mundial variou apenas +0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais, após ter registrado +0,2% no 2º trim/23 e ficado estável (0,0%) no 1º trim/23. Ou seja, é um setor que vem andando de lado no Brasil e no mundo.



Na comparação com o mesmo período de 2022, o resultado foi ligeiramente melhor: alta de +0,4%. Isso implicou razoável desaceleração em relação ao resultado do 2º trim/23 (+2,1%), mas cabe lembrar que neste trimestre bases baixas de comparação na China é que explicam o avanço mais significativo.

Mesmo desconsiderado o efeito estatístico que marcou o desempenho interanual do 2º trim/23, há sinais de perda de dinamismo, ainda que de forma mais modesta. Exemplo disso é que em todas as regiões o 3º trim/23 se mostrou mais fraco.



Em termos regionais, a indústria de transformação ficou virtualmente estagnada na maior parte do globo na comparação com o trimestre imediatamente anterior. As duas exceções foram, de um lado, Ásia e Oceania, que teve variação positiva de +0,9% e do outro, a indústria da Europa, que assinalou queda de -1,9%.
 
Os resultados nas demais regiões na passagem do 2º trim/23 para 3º trim/23 foram: -0,2% na África e na América Latina e Caribe e -0,1% na América do Norte, sempre com ajuste sazonal.





Na comparação do 3° trim/23 com o mesmo trimestre de 2022, a região da Ásia e Oceania foi a única a destacar-se positivamente, crescendo +1,8%, alcançando novamente o melhor desempenho regional.

Todas as demais regiões assinalaram decréscimo de produção industrial na comparação interanual: tanto Europa como África tiveram recuo de -1,7%, enquanto América Latina e Caribe caiu -1,4% e a América do Norte apresentou o declínio menos intenso: -0,8%, praticamente repetindo o resultado do 2º trim/23.



A indústria de transformação na Ásia e Oceania foi destaque positivo tanto na comparação frente ao trimestre anterior (+0,9%) quanto em relação ao mesmo período de 2022 (+1,8%).
 
Tal desempenho refletiu, principalmente, o crescimento industrial na China, que alcançou uma alta de +3,5% frente ao mesmo período do ano anterior. Quando comparada com o 2º trim/23, a produção da indústria chinesa também avançou bem mais do que o agregado mundial (+0,1%): +1,1%, o suficiente para anular o pequeno recuo de -0,1% do trimestre anterior.

Nos demais países com contribuição significativa para o setor na região houve bastante divergência. Na comparação do 3º trim/23 com o 3º trim/22, Índia (+6,2%), Indonésia (+5,0%), Filipinas (+6,2%) e Arábia Saudita (+6,7%) registraram expansões bem acima da média regional (+1,8%). Por outro lado, o Japão (-3,3%), Coreia do Sul (-2,4%) e Taiwan (-11,7%) sofreram cortes expressivos de produção.

A indústria europeia, a seu turno, caiu -1,7% no 3º trim/23 frente ao 3º trim/22, isto é, em ritmo semelhante ao do trimestre anterior (-1,9%). Entre os países desta região, a produção diminuiu na Alemanha (-1,7%), Irlanda (-22,8%), Itália (-2,8%) e Espanha (-0,6%) e aumentou na Dinamarca (+3,8%), Grécia (+0,9%), Suíça (+1,5%), Reino Unido (+3,0%) e França (+0,3%).
 
Tanto na América Latina e Caribe como na América do Norte, onde a indústria já vinha se desacelerando ao longo dos últimos trimestres, apresentaram queda de -1,4% e -0,8%, respectivamente, no 3º trim/23 ante o 3º trim/22. Em comparação ao trimestre anterior, estas duas regiões também assinalaram variações negativas: -0,2% na América Latina e Caribe e -0,1% na América do Norte.

Entre as maiores economias latino-americanas, o México relatou um crescimento de +0,4% da produção industrial no confronto entre 3º trim/23 e 3º trim/22, enquanto Argentina e Brasil recuaram -3,0% e -0,9%, respectivamente.
 
Na América do Norte, ainda na comparação interanual, foi observada uma contração de -0,8% nos Estados Unidos, e uma redução de -1,0% do Canadá. Cabe destacar que em ambos os casos, esta foi a terceira variação negativa consecutiva, levando ao recuo acumulado no ano até o 3º trim/23 de -0,6% e -0,8%, respectivamente.
 
Nos países da África a produção manufatureira apresentou variação de -1,7% no 3º trim/23, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Frente ao trimestre imediatamente anterior, a indústria dessa região também ficou em terreno negativo: -0,2%.

Na comparação interanual, o Egito, o maior fabricante do continente, relatou um decréscimo superior a -5,0% pela terceira vez consecutiva (-5,4% no 1º trim/23, -8,0% no 2º trim/23 e -6,3% no 3º trim/23). Por outro lado, Costa do Marfim (+2,4%), Nigéria (+0,9%) e Tunísia (+1,6%) permaneceram em território positivo, enquanto a África do Sul registou estabilidade (+0,1%).

O desempenho das economias industrializadas

O ritmo do setor industrial nas economias industrializadas  (de alta e de média renda) tem desacelerado nos últimos trimestres, levando a um crescimento de apenas +0,2% no 3º trim/23 frente ao mesmo período de 2022, após alta +2,0% no trimestre anterior, variação explicada por uma baixa base de comparação. Em relação ao trimestre anterior, esse grupo de países permaneceu estável nos últimos quatro trimestres:+0,1% no 3º e 2º trim/23, -0,1% no 1º trim/23 e +0,1% no 4º trim/22.

Cabe lembrar que a UNIDO classifica como industrializados os seguintes países: Argentina, Austrália, Áustria, Bielorrússia, Bélgica, Brasil, Brunei, Bulgária Canada, China, Taiwan Colômbia, Costa Rica, Croácia, Rep. Tcheca, Rep. Dominicana, Egito, El Salvador, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Malta, Ilhas Maurício, México, Holanda, Nova Zelândia, Peru, Filipinas, Coreia, Polônia, Romênia, Rússia, Servia, Singapura, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Espanha, Sri Lanka, Suécia, Suíça, Tailândia, Trinidad e Tobago, Turquia, Reino Unido, EUA e Uruguai.

Dados desagregados por renda mostram queda da atividade manufatureira em países industrializados de alta renda, com uma diminuição de -2,4% no 3º trim/23 frente ao 3º trim/22. Ao mesmo tempo, o grupo das economias industriais de rendimento médio (incluindo a China) observou um aumento da produção de +2,8%. Este grupo segue acompanhando de perto a trajetória da manufatura chinesa, dada a grande participação deste país.

Quando a UNIDO exclui a China deste grupo, o crescimento das outras economias industriais de renda média é bem mais tímido: +1,0% na comparação interanual, com grande variabilidade entre os países: alguns países cresceram, como Costa Rica (+5,5%), Indonésia (+5,0%) e Filipinas (+6,2%), enquanto outras perderam produção, como Bulgária (-4,5%), Colômbia (-7,0%) e Jordânia (-1,6%).  Frente ao trimestre anterior, a produção manufatureira desse grupo de países assinalou alta de +0,5% no 3º trim/23, já descontados os efeitos sazonais.




Este grupo de 55 países, que responde por uma parcela pequena da produção global, é extremamente heterogêneo, aponta a UNIDO, mas estão em rota de industrialização. Inclui, por exemplo, Chile, Hong Kong, Dinamarca, Taiwan, Grécia, Portugal, entre outros.
 
No 3º trim/23, esse conjunto de países apresentou crescimento de +3,9% frente ao 3º trim/22, variação significativamente superior ao alcançado pelo grupo de economias industriais (+0,2%). Frente ao trimestre anterior, entretanto, a variação foi de apenas +0,3%.
 
Os países de renda alta desse grupo continuam a registar crescimento na comparação interanual (+2,6%), embora um ponto de inflexão tenha sido claramente observado no início de 2023: em relação ao trimestre anterior, este grupo sofreu uma queda de -1,7%, após recuo de -0,8% no trimestre anterior.

Por outro lado, a produção em economias industrializadas de renda média cresceu +4,5%, enquanto a produção nas economias de baixo renda diminuiu -4,1%. Estas últimas economias seguem em trajetória volátil e ainda não conseguiram retomar seu nível de produção pré-pandemia.


Desempenho das Economias Emergentes

O grupo das economias industriais emergentes, de acordo com a definição da UNIDO, inclui países de baixa e média renda, cujos setores industriais demonstraram significativo dinamismo em anos recentes. O grupo também inclui economias em estágios anteriores de desenvolvimento industrial, mas que igualmente apresentaram forte crescimento.
 
Este grupo de economias vem registrando desempenho positivo na produção industrial, superando a média mundial, assim como a média das economias industrializadas. No 3º trim/23, sua produção manufatureira expandiu +3,6%, seguindo um crescimento de +6,7% no trimestre anterior.

Dentre os destaques, a Indonésia avançou de forma sustentada (+5,0% ante o 3° trim/22), assim como o setor manufatureiro da Índia, que registrou aumento interanual de +6,2%. A Malásia, por sua vez, assinalou crescimento moderado de +1,1%.
 
Por outro lado, a manufatura vietnamita tem registrado desaceleração acentuada em meio a crescentes desafios, refletindo também uma normalização em comparação com o nível excepcionalmente elevado crescimento registado em 2022, com uma média anual de quase 20%. Ao longo dos três trimestres de 2023, essa economia registrou quedas de -16,2% (1º trimestre), -18,4% (2º trimestre) e -14,6% (3º trimestre).



Análise setorial

De acordo com a UNIDO, os últimos dados divulgados revelam que as indústrias classificadas como média-alta e alta tecnologia não apenas superaram as interrupções causadas pela pandemia de Covid-19, mas têm prosperado À frente do restante do setor.
 
Em média, a produção das indústrias classificadas como de média-alta e alta tecnologia (MHT) cresceu a uma taxa interanual de +2,2%. Ao mesmo tempo, os outros setores industriais recuaram -0,7%no 3º trim/23.




O desempenho das indústrias de maior intensidade tecnológica foi beneficiado pela recuperação dos setores automotivo (+7,5%) e outros equipamentos de transporte (+6,7%), bem como pela produção de equipamentos elétricos (+4,6%).
 
Além disso, a fabricação de computadores e eletrônicos reverteram a tendência de queda dos últimos trimestres e cresceu +3,1% no 3º trim/23 em comparação com o trimestre anterior.
 
Em direção oposta, a produção de máquinas e equipamentos caiu -3,0% pela primeira vez em três anos, refletindo as perdas dos principais produtores do setor, incluindo Alemanha, Japão e EUA.
 
O resultado de máquinas e equipamentos pode ser um sinal de que a estagnação da manufatura como um todo pode estar começando a atingir a produção de bens de capital. Neste mesmo sentido, cabe também notar a desaceleração de equipamentos elétricos, como ilustra a figura a seguir.




 


O setor automotivo alcançou taxas de crescimento interanuais positivas por cinco trimestres seguidos. No 3º trim/23 a produção desse setor cresceu +2,4% em relação ao trimestre anterior e +7,5% ante o 3º trim/22.
 
Analisando os dados de produção a nível nacional, os principais produtores de automóveis continuam a registrar crescimento da produção. A transição para carros movidos a eletricidade e outras tecnologias emergentes estão transformando e impulsionando o setor, segundo a UNIDO.

Na comparação interanual, entre os principais produtores de veículos do mundo, de acordo com a UNIDO, a alta no 3º trim/23 foi mais intensa do que a média total em: Estados Unidos (+8,1%), Japão (+12,5%), Reino Unido (+25,9%) e Índia (+10,4%)

Vale observar, ademais, que o desempenho das indústrias por conteúdo tecnológico diferiu entre os grupos de países. As economias industrializadas registaram taxas de crescimento elevadas na produção dos setores de maior intensidade tecnológica, com poucas exceções, mas sofreram perdas de produção nos setores de baixa tecnologia.
Outras economias em industrialização, por sua vez, mostraram melhor desempenho na produção do setor farmacêutico, com dois dígitos expansões desde o início de 2023, atingindo variação de +16,2% no 3º trim/23 frente a igual periodo do ano anterior. A Dinamarca contribuiu significativamente para este resultado, com crescimento de +37,2% na mesma comparação.
 
Além deste setor, as outras economias em industrialização impulsionaram a fabricação de veículos automotores (+5,7%), outros equipamentos de transporte (+9,3%) e equipamentos elétricos (+9,2%).




Ranking Indústria de Transformação Mundial

A partir da base de dados da UNIDO, o IEDI elaborou ranking internacional de crescimento da produção da indústria de transformação com 115 países para o acumulado de jan-set/23 e para o 3º trim/23, em particular.
 
Tal como a UNIDO, foram utilizadas séries com ajuste sazonal, embora usualmente o IBGE calcula as comparações frente ao mesmo período do ano anterior a partir dos dados sem ajuste sazonal. Por esta razão, pode haver pequena alteração em relação aos resultados divulgados pelo IBGE e em outras análises do IEDI.
 
No 3º trim/23, o desempenho divulgado pela UNIDO com ajuste sazonal para a indústria de transformação do Brasil aponta para uma variação negativa de -0,9% frente ao mesmo período de 2022, isto é, bem abaixo do resultado para o agregado do setor no mundo, que, como vimos, foi de +0,4% nesta comparação. Desde o 3º trim/21 que o resultado industrial do Brasil é inferior ao do agregado mundial.



Nota-se que do 3º trim/22 para o 3º trim/23, o ritmo de produção industrial brasileira involuiu, passando de +1,4% para -0,9%, na esteira da desaceleração econômica geral, como mostraram os dados do PIB nacional. Em contraste, a despeito de também ter perdido ritmo, o resultado do agregado mundial se manteve no positivo, passando de +3,3% para +0,4% no mesmo período.

No 3° trim/23 frente ao mesmo trimestre de 2022, a indústria de transformação do Brasil ficou na 58ª posição no ranking construído pelo IEDI, isto é, ficando bem na mediana da amostra, após vários trimestres na parte inferior. Com esse resultado, ficamos à frente de economias como Alemanha (67ª posição), Coreia do Sul (76ª posição), Itália (81ª posição) e Japão (84ª posição).




Considerado ainda o desempenho trimestral frente ao mesmo período do ano anterior, o Brasil apresentou melhora significativa em relação à posição ocupada no 3º trim/22 (78º), subindo 20 posições nestes últimos doze meses. Em relação ao trimestre anterior (68º no 2º trim/23), também houve melhora significativa, avançando 10 posições.

Tal melhora do Brasil no ranking, contudo, recebeu importante contribuição da desaceleração industrial global e pelo expressivo aumento da parcela de países no vermelho nos últimos doze meses. No 3º trim/22, 23% dos países da amostra tinham registrado recuo de produção manufatureira, parcela que chegou a 57% no 3º trim/23, como mostra a figura a seguir.




No acumulado dos primeiros nove meses de 2023 frente a igual período de 2022, o Brasil ficou em uma posição inferior do ranking trimestral: 64ª posição, com recuo de -1,2%. Ficamos em posição superior a outras economias importantes como Japão (-1,4% em jan-set/23, ficando na 67ª posição), Itália (-2,2%, na 69ª posição) e Coréia do Sul (-7,0%, na 103ª posição).

Entre as primeiras posições ficaram Macau, Cabo Verde e Arábia Saudita. A Rússia destacou-se com crescimento da indústria de +6,8%, a despeito dos embargos ocidentais, e ocupou a 10ª posição no ranking. Entre as últimas posições encontram-se, por exemplo, Ucrânia e Vietnã.





Os resultados da produção manufatureira em jan-set/23 para as cinco maiores indústrias mundiais (cerca de 60% do VA mundial da indústria), segundo o ranking de valor adicionado analisado na Carta IEDI n. 1180, foram: +4,3% na China (20ª posição no ranking da produção física), -0,6% nos Estados Unidos (55ª posição), -1,4% no Japão (67ª posição), +0,3% na Alemanha (44ª posição) e +5,0% na Índia (16ª posição).


Fonte: https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1246.html



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