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Setor de serviços cresce pelo oitavo mês seguido e sustenta economia, mas desaceleração acende alerta, aponta relatório trimestral do Sindecon-SP

O setor de serviços voltou a ser o principal motor da economia brasileira em 2025. Dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados pelo IBGE e analisados pela Nota Econômica assinada pelo presidente do Sindecon-SP, Carlos Eduardo Oliveira Jr., mostram que o segmento avançou 0,6% em setembro na comparação com agosto. Foi o oitavo mês consecutivo de crescimento, acumulando alta de 3,3% desde o início da sequência positiva.

Na comparação anual, o desempenho foi ainda mais expressivo: 4,1% em relação a setembro de 2024. No recorte dos últimos 12 meses, o setor registra alta de 3,1%.

O resultado reforça a importância dos serviços, que representam cerca de 60% do PIB brasileiro. Mas, apesar da trajetória firme, a composição desse crescimento tem despertado preocupação entre economistas sobre o ritmo da economia nos próximos meses.

PIB do 3º trimestre deve ser positivo, mas composição preocupa

Com o avanço de setembro, a expectativa do Sindecon-SP é que o PIB do terceiro trimestre cresça cerca de 0,3%, puxado principalmente pelos serviços — já que indústria e comércio vêm perdendo tração.

Mesmo assim, a Nota destaca que alguns segmentos começam a mostrar sinais de perda de força, especialmente aqueles ligados ao consumo das famílias, como serviços pessoais, alimentação fora de casa e atividades administrativas.

O presidente do Sindecon-SP reforça que a trajetória ainda é positiva, mas exige atenção.

“O setor chega ao fim do 3º trimestre com trajetória firme, impulsionado principalmente pelo transporte de cargas e pelos serviços de comunicação e tecnologia”, afirma Carlos Jr.

Ele alerta, porém, para os pontos de fragilidade:

“Os serviços às famílias e os serviços administrativos estão em queda. Sem políticas que estimulem o consumo e reduzam custos operacionais, a desaceleração pode se intensificar”, completa.

Mercado de trabalho segue aquecido, mas moderação aparece

O setor de serviços permanece como o maior responsável pela geração de empregos no país — especialmente nas áreas de tecnologia, logística e comércio eletrônico. O aumento da renda real também sustenta essa dinâmica.

Mas o relatório mostra que a criação líquida de vagas está perdendo força, movimento que pode limitar o consumo nos próximos meses — justamente a área que o desempenho de setembro da PMS apontou como mais frágil.

Setores que mais crescem

O relatório do Sindecon-SP destaca os segmentos que vêm puxando a expansão:

- Transporte de cargas, beneficiado pelo agronegócio, pelo avanço do e-commerce e pela reorganização da logística;
- Turismo e transporte aéreo, impulsionados pela melhora da renda e maior mobilidade;
- Tecnologia, comunicação e serviços digitais, que seguem crescendo acima da média do setor.

Segundo o documento, o casamento entre digitalização e logística tem sustentado um ritmo estrutural de crescimento, criando um ambiente mais robusto para o setor.

Juros altos e incertezas fiscais podem limitar avanço

A PMS de setembro também adiciona elementos ao debate sobre a política monetária. Como o setor de serviços costuma exercer pressão sobre a inflação, um avanço mais forte pode levar o Banco Central a manter uma postura cautelosa no corte de juros.

Por outro lado, o presidente do Sindecon-SP lembra que ganhos de produtividade, especialmente nos segmentos de tecnologia e transporte, podem aliviar pressões inflacionárias e abrir espaço para um equilíbrio maior ao longo dos próximos meses.

Perspectivas: força estrutural, mas com desafios no horizonte

A Nota Economica deixa claro que o setor de serviços segue:

- forte no curto prazo;
- decisivo para manter o PIB positivo;
- mas vulnerável à queda do consumo das famílias.

Para o presidente Carlos Eduardo Oliveira Jr., a prioridade agora deve ser criar condições para sustentar o desempenho do setor.

“Precisamos de políticas que reduzam custos das empresas, ampliem o acesso ao crédito, acelerem a digitalização e deem fôlego aos segmentos mais tradicionais, especialmente os que dependem diretamente da renda das famílias”, afirma.

Por fim, o setor de serviços mantém posição de destaque na economia brasileira, mas exige atenção. Se medidas de estímulo forem implementadas, o setor pode continuar sustentando o crescimento — mesmo em um cenário de moderação econômica.





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